Tentativa de golpe de Estado na Guiné Equatorial em 2004
Tentativa de golpe de Estado na Guiné Equatorial em 2004 | |||
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Local | Guiné Equatorial | ||
Desfecho | Tentativa de golpe falha
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Beligerantes | |||
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A tentativa de golpe de Estado na Guiné Equatorial em 2004, também conhecida como golpe Wonga,[1] foi uma tentativa de golpe de Estado contra o governo da Guiné Equatorial para substituir o presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo pelo exilado político Severo Moto Nsá, realizada por mercenários e organizada principalmente por financiadores britânicos. A Guiné Equatorial tem vastas reservas de petróleo e gás. [2] Um oficial estadunidense o denominou de "o novo Kuwait". [3] Os promotores alegaram que o líder da oposição da Guiné Equatorial, Severo Moto, seria instalado como o novo presidente em troca de direitos petrolíferos preferenciais às corporações afiliadas aos envolvidos com o golpe.[4] Recebeu a atenção da mídia internacional após o envolvimento relatado de Sir Mark Thatcher no financiamento do golpe, pelo qual foi condenado e multado na África do Sul.
Desenrolar dos fatos
[editar | editar código-fonte]Em 7 de março de 2004, a polícia do Zimbábue confiscou no Aeroporto Internacional de Harare um avião que voava da África do Sul. [4] O suposto líder do complô, o ex-oficial do Serviço Aéreo Especial (Special Air Service; SAS) Simon Mann,[5] foi preso juntamente com dois colegas perto da pista enquanto esperava pelas armas que seriam carregadas em um Boeing 727 (N4610), levando três tripulantes e 64 ex-soldados recrutados na África do Sul. [6] A maioria dos supostos mercenários envolvidos no complô golpista eram da África do Sul e ex-membros do 32ª Batalhão Búfalo, uma unidade de força especial que lutou pelo regime do apartheid sul-africano.[7]
Em 9 de março de 2004, Nick du Toit e outros catorze homens sul-africanos e angolanos foram detidos na Guiné Equatorial sob suspeita de serem a vanguarda dos mercenários.[5][6]
O gerente de marketing das Industrias de Defesa do Zimbábue (Zimbabwe Defense Industries; ZDI), Hope Mutize, afirmou em tribunal que Simon Mann lhe pagou um depósito em armas no valor de 180.000 dólares (100.000 libras) em fevereiro de 2004 e indiretamente vinculou Mann ao suposto complô dizendo que estava acompanhado por um sul-africano, Nick du Toit, o líder dos catorze homens detidos na Guiné Equatorial. [6] "Eles insistiram que não queriam nenhuma papelada", acrescentou Mutize. Fontes jurídicas afirmaram que Mann havia firmado o acordo com o diretor-gerente das ZDI, Tshinga Dube. Porém as notícias do acordo aparentemente vazaram para as autoridades sul-africanas, que avisaram a inteligência do Zimbábue. Suas requisições de armas incluíam 20 metralhadoras, 61 rifles de assalto AK-47, 150 granadas de mão, 10 lançadores de granadas lançados por foguete (e 100 projéteis de RPG) e 75.000 cartuchos de munição. [8][9][10] Mann alegou que queria que os fuzis, morteiros e munições para proteger minas de diamantes em partes instáveis da República Democrática do Congo. [6]
Foi alegado que os detidos no Zimbábue fizeram uma escala na cidade de Harare para comprar armas e esperavam unir-se a uma equipe na Guiné Equatorial para derrubar o presidente Obiang. [11][12][13][14] Nick du Toit, o líder do grupo de presos na Guiné Equatorial, disse em seu julgamento na Guiné Equatorial que foi recrutado por Simon Mann e que o ajudava com o recrutamento, na aquisição de armas e na logística. Alegou que lhe foi dito que pretendiam instalar um exilado político da oposição, Severo Moto, como o novo presidente. [14]
Referências
- ↑ Sengupta, Kim (12 de março de 2008). «An African adventure: Inside story of the wonga coup». London: The Independent
- ↑ «Kuwait of Africa?». CBS News
- ↑ Leigh, David (27 de setembro de 2004). «Pentagon link to Guinea coup plot». Guardian. London
- ↑ a b Leigh, David (10 de setembro de 2004). «Wonga list reveals alleged backers of coup». The Guardian. London
- ↑ a b «Q&A: Equatorial Guinea 'coup plot'». BBC
- ↑ a b c d Carroll, Rory (29 de julho de 2004). «Ex-SAS officer in 'coup plot' admits arms charges». Guardian. London
- ↑ Barnett, Antony (28 de novembro de 2004). «How much did Straw know and when did he know it?». Guardian. London
- ↑ Krajicek, David. «African Coup»
- ↑ Wilson, Jamie (26 de agosto de 2004). «Thatcher and a very African coup». The Guardian. London
- ↑ «Coup plot conviction increases the pressure on Mark Thatcher». The Guardian
- ↑ Barnett, Antony (14 de novembro de 2004). «Straw: We did know of Africa coup». Guardian. London
- ↑ Barnett, Antony (28 de novembro de 2004). «Revealed: how Britain was told full coup plan». Guardian. London
- ↑ «Mercenaries captured in Equatorial Guinea coup bid». www.herald.co.zw
- ↑ a b Tempest, Matthew (25 de agosto de 2004). «Q&A: the Equatorial Guinea 'coup'». Guardian. London
Leituras
[editar | editar código-fonte]- Roberts, Adam (7 de agosto de 2006). The Wonga Coup: Guns, Thugs and a Ruthless Determination to Create Mayhem in an Oil-Rich Corner of Africa. [S.l.]: PublicAffairs. ISBN 978-1-58648-371-5
- Pelton, Robert Young (7 de agosto de 2007). Licensed to Kill: Hired Guns in the War on Terror. [S.l.]: Three Rivers Press. ISBN 978-1-4000-9782-1 Pelton describes the inside story of the coup attempt and his efforts to get the coup plotters out of jail.
- Blaisse, Mark 'Reconstitution du complot contre la Guinée-Equatoriale. Riche, trahi et oublié.'L'Harmattan, Paris, 2012. ISBN 978-2-296-96042-8. Blaisse reconstructs the failed coup in 2004 and discovers unexpected liaisons.
Videos
[editar | editar código-fonte]- Fresh One Productions (7 de dezembro de 2009). «Simon Mann's African Coup: Black Beach». Storyville. Temporada 2009–10. Episódio 9/18. BBC. BBC Four
- Shadow Company, Purpose Films, 2006.
- Once Upon a Coup, PBS Documentary, August 2009
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «2004 Equatorial Guinea coup d'état attempt».